Que a vida é uma aventura louca, cheia de surpresas e imprevistos, está claro – sob a ótica dos viventes que se oportunizam viver, experimentar, e dos indivíduos um tanto otimistas frente a este pedaço de tempo que ganhamos neste mundo ao nascer.

Sei disso desde as primeiras brincadeiras de pegar e de esconde-esconde com os vizinhos da Rua Viador Porto, em Porto Alegre, onde vivi até os 7 anos. Das reuniões de primos nas férias na casa dos meus avós em Palmares do Sul.  No pular de janelas da pré-adolescência, quando colocava o banquinho para facilitar o trânsito para festas da minha irmã quase gêmea na nossa casa de veraneio em Cidreira. Esse tipo de aventura não tinha perenidade, apenas piscavam como oportunidades de brincar e ousar, e normalmente terminavam com um castigo exclamado ou com risadas gostosas no escuro do dormitório das crianças. Que delícia de fase! Que experiências leves! Que nos permitiam ir e voltar. Momentos de pura degustação e sem grandes consequências.

Mas aí vem o tempo, a vida adulta, as decisões que indicam o resto da vida. Entre essas, a do meu casamento. Quando decidi iniciar uma família. O sonho da vida a dois e da construção de um lar.

Aí …complicou. Exceto pela delicia que é festejar o momento e escolher o design daquele novo ambiente da vida em comum, essa aventura envolve afetos, expectativas e frustrações.

São dois no mesmo movimento, no mesmo barco, o de chegar no destino, vencendo os desafios da jornada. Começam as orações para os crentes. Que dê certo e que ninguém se machuque! Não mortalmente pelo menos.

Mas nada de desanimar. O ser humano nasceu com o poder de se transformar quando não se encontra mais, de achar outra rota, de acomodar a bagagem. De ir em frente. De voltar para o início.

E não há nada de mal nisso. Não se menospreze! É da vida. E aventura… cada um tem a sua e sucesso é bastante relativo. É determinado pela incessante busca pela paz, pela felicidade. Nosso pote de ouro no final do arco-íris.

No meu caso, não foi na primeira tentativa que achei o meu par perfeito, o meu felizes para sempre. Mas como nunca se sai de uma aventura sem um pouco do tesouro, do riso frouxo, ou da cicatriz companheira da vida toda, eu tive a sorte de levar mais.

Gerei dela a minha eternidade. Joana e Joaquim. O meu recomeço.

 

 

Comentários

  • Renata 14 de junho de 2017

    ❤️

  • Adriana Machado dos Santos 14 de junho de 2017

    Parabéns Ju por abordar de forma sensível e positiva acontecimentos delicados! Uma genialidade!

  • Daiana 14 de junho de 2017

    Lindo, sutil e delicado texto! Loved it!!! ❤

  • Márcia 15 de junho de 2017

    amiga .. linda maneira de escrever e viver… admiração completa..

  • Mari 15 de junho de 2017

    ❤️❤️

  • Cida 17 de junho de 2017

    Muito bom Juliana parabéns pela iniciativa felicidades

  • Cristiane Declerque 19 de junho de 2017

    Eu chorei lendo cada palavra, pais separados envolve tantos sentimentos…. Parabéns pela delicadeza nesta linda iniciativa…

  • Fernanda haas 26 de junho de 2017

    Bah… que viagem no tempo fiz… nossos papos de criança. .. de adolescentes .. sobre o amor. .. sobre o encantar-se. .. sobre “esse é meu”kkkk….. depois casando… grávidas nos mesmos periodos …muito bom isso… obrigada pelas palavras ju…. ainda estou na busca de outras rotas… com meus tesouros de ” brinde “.bjuus

  • 17 de julho de 2017

    Meus olhos se emocionam Ju!! Lindo esse final do texto, eternos Joana e Joaquim. Um super super beijo

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