Quando apresentar meu amigo/namorado aos filhos?
Muitas mães se perguntam sobre o momento “certo” de apresentar seus amigos/namorados aos filhos. Qual a idade dos filhos? Não importa! No imaginário das mães seus filhos são sempre crianças que as culpam da separação. Não importa se eles são filhos pequenos, médios ou grandes. Na cabeça das mães seus filhos desejam manter seus pais unidos, por pior que seja o clima em casa. É assim na cabeça dos filhos? Não. A ideia de que os filhos sempre preferem os pais casados é uma idealização dos pais. Filhos, de qualquer idade, necessitam segurança emocional para desenvolverem-se em suas vidas. Segurança emocional significa serenidade e confiança em seus pais. Confiança que os adultos sabem se cuidar e que responsavelmente escolhem boas companhias para si. Nenhum filho deseja o sofrimento dos pais.
Às vezes, de fato, na realidade, o tempo “certo” de apresentar um amigo/namorado é o do nunca! Pela simples razão de mães se sentem culpadas de separarem-se dos pais de seus filhos. Mesmo quando são os homens que tomam a decisão da separação, elas se sentem culpadas. Culpadas de não terem conseguido manter sua família unida para sempre, sentem-se fracassadas. A culpa é o sintoma final da idealização. As idealizações sempre terminam em frustração e sofrimento, não importa o quanto tempo elas vão durar. Os adultos projetam essa idealização nos filhos, percebendo neles a dificuldade delas aceitarem a realidade como ela se apresenta. Não é o tempo que é certo ou errado. Se um amigo ou namorado é uma boa companhia para a mãe, por que não será para seus filhos? Não importa quanto tempo a relação dure, o mais importante é que elas existam e sejam regadas de amor. Mais vale uma experiência de amor ainda que efêmera do que nenhuma! É a própria condição da vida que é sempre incontrolável e, muitas vezes, diferente de nossos desejos.
Não existe o parceiro ideal, assim como não existe culpa em fazer novas escolhas, se as condições de vida conjunta se tornam muito desfavoráveis. O que existe é um sentimento de culpa que é o resultado de nossas idealizações. Se não tem idealização, tudo o que existe é a responsabilidade de permanentemente escolher os melhores rumos, a cada momento. Isto não é uma indicação de que devemos desistir das reações quando as dificuldades aparecem. O que apresento aqui é a observação de que é inevitável que se um convívio se tornar adoecedor para uma mãe e seu parceiro, é da responsabilidade deles escolherem o rumo deste convívio. Não é bom que uma mãe adoeça para manter a família unida. Que condição de saúde essa família vai ter se a mãe adoecer?
É bom para os filhos saberem que suas mães não abriram mão do desejo de amar, nem de viver uma boa parceria. É bom para os filhos saberem que suas mães podem e são amadas por novas parcerias. É bom que os filhos aprendam, em qualquer idade, que o amor sempre se renova e que a vida insiste em reafirmar sua condição de conexão. Ainda que os relacionamentos não durem para sempre, é sempre melhor que eles existam e deixem de existir, do que nunca tenham existido. A vida é assim, renovação, ciclos que se sucedem.
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